quarta-feira, setembro 10, 2008

Sai Mai e os tigrinhos

Tal qual ocorre na ficção com o desenho "Mogli, o Menino Lobo", um garoto criado por lobos, e no romance "Tarzan of the Apes" (1.912), do escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs, no qual um filho de ingleses é criado por macacos "mangani" na África, depois da morte de seus pais, a tigresa de bengala Sai Mai, de seis anos, "adotou" quatro porquinhos no zoológico Sriracha, perto de Bangcoc, na Tailândia. Ela cuida dos porquinhos como se fossem seus próprios filhotes.
A felina já cuidou de outros grupos de porquinhos desde os dois anos completos destes. "Os porquinhos são retirados da mãe deles e colocados em contato com a tigresa. Logo eles já pensam que Sai Mai é a mãe deles e começam a procurar por leite", explica o treinador do zoológico, Samit Krajangpoh.
A "mamãe" tigre, por exemplo, está acostumada com os porquinhos porque foi amamentada por uma porca até os quatro meses de idade.
O parque apresenta shows com os animais interagindo e, por este motivo, vestem os filhotes de porco com "roupinhas" de tigre.


Referência Científica

Na metade da década de 30, o etólogo alemão Konrad Lorenz popularizou o imprinting filial, o processo pelo qual um animal recém-nascido aprende a reconhecer as características únicas de um dos pais, geralmente da mãe. Esse fenômeno foi batizado de imprinting pelo mentor de Lorenz, Oskar Heinroth, que acreditava que o estímulo sensorial com que os animais recém-nascidos se deparavam ficava imediata e irreversivelmente “estampado” (em inglês, “imprinted”) em seus cérebros. Lorenz demonstrou a idéia com seus famosos gansinhos, que passaram as primeiras horas de suas vidas com ele e conseqüentemente o seguiam por toda a parte. Mesmo adultos, os gansos preferiam a companhia das pessoas à das aves.